30 de dez. de 2011

Feliz Ano Novo

  Mais um ano se passar! Foi um bom ano em 2011. Muita coisa de bom aconteceu mais tbm acoteceu coisas não boas comoa Falecimento da minha Tia! espero que 2012 seja melhor ainda!
Possa abrir portar de meprego pra mim e tbm dar continuidade na faculdade!! Sonhos se realizar não só pra mim mais pra todo mundo. e quem sabe se Deus quiser o flamengo vence a Libertadores e o Mundial de Clubes em 2012 mais tbm tem que fazer time forte pra isso aconteça!
Um bom ano de 2012 pra todos curta o reveillon mais na snata paz sem Violência! que em 2012 possa ter paz na terra e na paz de Deus!!
FELIZ ANO NOVO!!

28 de dez. de 2011

Flamengo chega a acordo verbal com a Traffic e R10 segue na Gávea

Reunião aconteceu nesta quarta-feira. Jogador receberá os salários atrasados após a assinatura do contrato entre o clube e a empresa

Flamengo e Traffic chegaram a um acordo nesta quarta-feira para tentar encerrar a crise na parceria que atrasou os pagamentos de salário de Ronaldinho Gaúcho. Com isso, o jogador continua na Gávea na próxima temporada.
- A situação está verbalmente concluída. A partir de amanhã (quinta-feira) começa a celebração do contrato. Como os escritórios da Traffic no Rio e em São Paulo estão em recesso, a assinatura deve acontecer no dia 9 de janeiro - declarou Fernando Gonçalves, diretor da Traffic.
O vice de finanças rubro-negro, Michel Levy, festejou o fim da negociação.
- É o presente de Papai Noel atrasado que estamos dando para a Nação. É um dia de muita alegria. Trabalhamos muito e no final deu tudo certo.
ronaldinho gaúcho vasco x flamengo (Foto: Maurício Val/VIPCOMM)Ronaldinho Gaúcho fica no Flamengo (Foto: Maurício Val/VIPCOMM)
No próximo dia 5, completará cinco meses que a Traffic não deposita os R$ 750 mil da maior parte dos salários de Ronaldinho. Com isso, quando fizer o depósito previsto para o dia 9 de janeiro, a empresa terá que pagar um total de R$ 3,75 milhões. Segundo Fernando Gonçalves, Assis, irmão e procurador do camisa 10, está ciente do prazo e da operação financeira.
- Isso já está combinado com Assis, sem problemas - afirmou Fernando Gonçalves.
Onze meses depois da chegada de Ronaldinho, é um memorando assinado em janeiro que sustenta o vínculo. Quando sentaram para assinar um contrato, a Traffic quis renegociar questões técnicas ligadas a patrocínios, licenciamento de produtos e ao futuro programa de fidelidade para o torcedor. A partir daí, não houve mais acordo.

 

18 de dez. de 2011

Emocionado, Neymar admite lição: 'Barcelona nos ensinou futebol'

Atacante santista reconhece superioridade do time espanhol e espera voltar ao Japão no próximo ano com mais experiência para ser campeão mundial

Um Neymar diferente deixou o gramado do estádio de Yokohama após a derrota do Santos por 4 a 0 para o Barcelona no Mundial de Clubes da Fifa, neste domingo.
Nitidamente emocionado após a goleada sofrida, o atacante, sempre sorridente, era o retrato da lamentação. Com os olhos marejados, o craque admitiu não só a superioridade rival, mas teve humildade para reconhecer que houve uma aula de futebol. Segundo Neymar, o Santos tem de aprender com os catalães para poder voltar ao Japão em 2012.
- Eu não sei se o time deles é imbatível, mas hoje é a melhor equipe do mundo. Aprendemos a jogar futebol. Eles possuem jogadores fantásticos. O que vivemos aqui vai servir de lição para levar de volta ao Brasil. O Barcelona ensinou como se joga futebol - reconheceu o santista, que teve uma atuação discreta na partida disputada em Yokohama.
Apesar da decepção, Neymar também deu aula, mas de maturidade. Eleito o terceiro melhor jogador do torneio, ele disse que não é momento de baixar a cabeça e achar que tudo está errado. A meta é aprender com os erros e buscar uma nova chance de voltar ao Japão em 2012.
- Não adianta aqui falar o que fizemos ou deixamos de fazer. Chegamos aqui após vencer muitas batalhas. Somos o segundo melhor time do mundo. Mostramos que podemos voltar aqui novamente - disse Neymar.
O atacante mostrou também que está atento ao que o Barcelona representa não só em campo, mas também fora dele. Neymar citou uma declaração recente do técnico do Barça, Pep Guardiola, para passar uma mensagem de alento aos santistas.
- Outro dia, vi uma entrevista do Guardiola (técnico do Barça), que disse que você primeiro perde para depois ganhar. Quem sabe isso não possa acontecer com o Santos no ano que vem - completou.
Bem marcado e pouco municiado, Neymar não pôde fechar a temporada de 2011, sua terceira como profissional, com a marca de 100 gols - parou em 99. Ele e os demais titulares santistas entram em férias agora e só se reapresentam no final de janeiro. O Santos iniciará o Campeonato Paulista com uma equipe repleta de reservas.
neymar santos mascherano fontas busquets barcelona (Foto: Agência Reuters)Neymar, de queixo caído, vê o show do Baça de Mascherano, Fontas e Busquets (Foto: Agência Reuters)

 

Sonho do tri santista é esmagado pelo 'futebol extraterrestre' do Barça

Time catalão coloca o Santos na roda, vence com facilidade e é campeão mundial de clubes. Bem marcado, Neymar só assiste ao show de Messi

Foi bom enquanto durou. Não há time que se iguale ao Barcelona neste mundo. Vai ver é por isso que já se tornou clichê dizer que a equipe de Messi é de outro planeta. O Santos sonhava, mas não foi páreo para o Barça. Mesmo escalando três zagueiros para tentar brecar a equipe catalã, o Peixe foi encurralado. Respeitou demais o Barcelona. Perdeu por 4 a 0, sem ver a cor da bola, e volta ao Brasil sem a terceira estrela.
O time espanhol, enfim, consegue derrotar uma equipe brasileira em final de Mundial. Havia perdido em 1992, para o São Paulo, e em 2006, para o Internacional. Agora, acabou com a escrita e em grande estilo: jogando um futebol exuberante. Resta aos alvinegros aplaudirem e até saírem de campo orgulhosos. Por que não? O Barça está vários degraus acima de todos os outros. Mostra isso há anos na Europa. E mostrou no Japão, diante de um campeão da Libertadores que conta com os jogadores brasileiros mais badalados nos últimos tempos - Neymar e Ganso.
Havia muita expectativa sobre o duelo entre Neymar e Messi. O argentino desfilou. O brasileiro não conseguia receber um passe. No primeiro tempo, só chamou alguma atenção em uma arrancada do meio do campo, mas acabou parado por Puyol e Piqué. No segundo, teve chance clara, mas chutou em cima de Valdés.
Com seu toque de bola envolvente e marcação adiantada, os catalães isolaram o craque brasileiro à frente. Os armadores santistas apenas defendiam, e a ligação era direta, em chutões da defesa. É o que acostuma acontecer com os adversários do Barcelona. A lição mais básica do futebol: não se joga sem a bola.
Messi marca gol do Barcelona contra o Santos (Foto: AFP)Messi toca por cima de Rafael e abre o placar para o Barcelona contra o Santos (Foto: AFP)
Aula de futebol do Barça
O bloqueio santista durou apenas 16 minutos. Foi quando Durval tentou cortar passe de Xavi e furou à frente de Messi. Se o argentino é brilhante mesmo quando é bem marcado, imagina quando o defensor vacila! Ele recebeu livre e, com um leve toque de esquerda, encobriu Rafael. Bruno Rodrigo ainda tentou cortar. Sem sucesso. Grande gol. Gol de melhor do mundo.
A essa altura, o Barça era Barça. Dominava a posse de bola e encurralava o Peixe, como costuma fazer com todos os seus adversários. O técnico Muricy Ramalho, apostando em contra-ataques, resolveu reforçar a defesa com três zagueiros. Danilo, pela direita, e Léo, pela esquerda, tinham a missão de tentar explorar os lados do campo. No entanto, foram empurrados para trás implacavelmente.
xavi barcelona gol santos (Foto: Agência Reuters)Xavi comemora o segundo (Foto: Agência Reuters)
O Peixe corria atrás da bola e nos raros momentos que a tinha esticava para Neymar ou para Borges, que só a viam passar por cima, de longe. Aos 24, mais um. Passe de Daniel Alves para Xavi. Durval e Bruno Rodrigo não cortam. O meia recebe na entrada da área e chuta rasteiro. Rafael não alcança. A essa altura, Muricy Ramalho se senta no banco. Resignado.
Um massacre se desenhava. Enquanto o Barça apresentava 76% de posse de bola, o Santos tinha dado apenas dois chutes a gol, ambos sem ameaçar muito Valdés. Ainda houve bola na trave de Fàbregas. Os santistas nas cadeiras do Estádio Internacional de Yokohama eram torturados, pois os ponteiros do relógio pareciam se arrastar. Aos 30 minutos, Danilo teve de deixar o campo, machucado. Elano, que havia sido preterido antes da partida para a escalação de Léo, entrou. Nada mudou. E o Barça ainda ampliou!
Aos 44, Messi recebeu a bola no meio da zaga e, de calcanhar, deu para Daniel Alves, que cruzou para trás. Rafael espalmou. Thiago tentou de peixinho, o goleiro santista defendeu novamente, mas a bola caiu no pé direito de Fàbregas. Estava encerrada a primeira etapa. O Barça deu uma aula. O Santos tentou jogar, mas foi impossível.
Defesa santista comete erros juvenis
Que o Barcelona é muito melhor não apenas do que o Santos, mas todos os outros times, não é novidade. Era até esperado que a equipe catalã encurralasse o Peixe. O problema é que a defesa santista ia cometendo falhas juvenis. Foi assim nos dois primeiros gols e também logo no primeiro minuto do segundo tempo, quando Edu Dracena perdeu a bola para Messi na entrada da área. O argentino rolou para Fàbregas, que chutou rasteiro e errou por muito pouco. O time catalão joga muito. E com os santistas entregando a bola de graça...
Messi e Neymar na final do Mundial entre Santos x Barcelona (Foto: Reuters)Bem marcado, Neymar pouco fez. Já Messi deu show e fez dois golaços (Foto: Reuters)
O Peixe continuava acuado, brigando com a bola, refém da marcação implacável do Barça. Sim, é preciso que se destaque isso. O time espanhol tem a bola o tempo todo porque, além de possuírem técnica refinada no toque, seus jogadores são extremamente determinados na hora de roubá-la. Mesmo os atacantes. É um sufoco.
Com oito minutos do segundo tempo, o Barça já havia perdido três chances claras. Além de Fàbregas, no primeiro minuto, Messi e Daniel Alves tiveram o gol à frente e não conseguiram marcar. Novamente, os minutos viraram horas para os alvinegros.
O primeiro lampejo santista na partida saiu apenas aos 11 minutos do segundo tempo, quando Ganso ganhou a bola no meio e lançou Neymar. O prodígio santista recebeu, avançou, mas chutou em cima de Valdés. É o tipo de jogada que o camisa 11 já definiu bem inúmeras vezes. Resume bem em que se transformou o jogo para os santistas. Um martírio.
O Barcelona parou de forçar o jogo e o Santos até conseguiu, em alguns momentos, ter a bola na intermediária adversária. No entanto, não conseguiu ameaçar Valdés. O contra-ataque tão esperado pelos santistas jamais aconteceu. Os torcedores alvinegros no estádio tentaram dar uma força. Cantaram o nome do time, mas em vão. O time espanhol, mesmo tirando o pé, ainda acertou a trave de Rafael, num chute de Daniel Alves. E marcou o quarto gol aos 36, com o próprio Daniel Alves aparecendo na esquerda para servir Messi. Com um toque de gênio, o argentino cortou Rafael e tocou para o gol vazio. Parecia videogame.
A partida estava liquidada desde o início, os santistas se conformam. Barcelona: campeão deste e de outros mundos.
Barcelona comemora gol contra o Santos na final do Mundial (Foto: Reuters)Jogadores do Barcelona comemoram mais um gol contra o Santos na final do Mundial (Foto: Reuters)

 

4 de dez. de 2011

FLA ARRANCA EMPATE COM O VASCO E GARANTE VAGA NA LIBERTADORES EM 2012

Jogo tem lances emocionantes e tensão - houve três expulsões. Vascaínos vibram, apesar de time não ganhar penta. R10 dá sinais de que fica no Fla
Há muito tempo que um Vasco x Flamengo não traduzia de forma tão literal a velha frase de que o duelo é um campeonato à parte. Mesmo com apenas o primeiro com chance de conquistar o Brasileirão 2011 em caso de vitória no Engenhão e derrota do Corinthians para o Palmeiras, a partida teve tensão e emoção do início ao fim, já que o Flamengo brigava por uma vaga na Libertadores e sonhava estragar possível festa do rival. E num confronto de bastante equilíbrio, com cada time superior em uma etapa, os rubro-negros conseguiram o empate por 1 a 1, que carimba o passaporte para a competição sul-americana - o adversário na Pré-Libertadores será o Real Potosí, na altitude da Bolívia. O time de Vanderlei Luxemburgo encerrou o Brasileirão na quarta posição, com 61 pontos, dez a menos que o campeão Corinthians.
Diego Souza, para o Vasco, no primeiro tempo, e Renato Abreu, para o Flamengo, no segundo, marcaram os gols da partida, que teve três expulsões - Jumar, Renato Abreu e o meia vascaíno Felipe, este após o apito final. Apesar do resultado que não deu o sonhado penta brasileiro, a torcida vascaína, que reclama de pênalti não marcado de Willians em Diego Souza no primeiro tempo, comemorou o empate como conquista de título. É bom lembrar que, mesmo se os cruz-maltinos saíssem de campo com vitória, não teriam sido campeões, já que o Corinthians conseguiu o empate por 0 a 0 com o Palmeiras que lhe assegurava o primeiro lugar na tabela, dois pontos à frente do Vasco, que ficou com o vice, com 69 pontos..
Do lado rubro-negro, o resultado, bastante celebrado também pela torcida, pode significar a permanência de Thiago Neves e Ronaldinho. O camisa 10, que teve um primeiro tempo apagado, fez boas jogadas na segunda etapa. O craque declarou, ao fim da partida, que se depender dele permanecerá no Rubro-Negro para a Libertadores, que terá três clubes cariocas na competição pela primeira vez (Flamengo, Vasco e Fluminense).
ronaldinho gaucho flamengo dedé vasco (Foto: Maurício Val / Vipcomm)Num duelo de titãs, Dedé e Ronaldinho empurraram times no segundo tempo (Foto: Maurício Val / Vipcomm)
Vasco melhor
O Vasco, que entrou em campo com a faixa "Força, Ricardo Gomes, estamos com você", mostrou desde o primeiro minuto que tomaria a iniciativa do jogo. Com um time bem posicionado, consistente na defesa, marcador no meio-campo e perigoso no ataque, saiu com a vitória nos primeiros 45 minutos com toda justiça. O Flamengo, com  formação surpreendente de Vanderlei Luxemburgo, optando por Negueba no ataque ao lado de Ronaldinho, dava sinais que exploraria os contra-ataques, apesar de ter feito a primeira boa jogada, quando Fierro bateu cruzado, à direita de Fernando Prass.
Com Nilton, Romulo e Fellipe Bastos marcando forte no meio-campo, o técnico Cristóvão Borges deixava claro que daria liberdade total a Felipe para criar. E surgiu dos pés do camisa 6 a primeira boa trama do Vasco, pela meia-direita, quando deu um belo passe para Fágner bater com força, de efeito, dando susto no goleiro Felipe.
No duelo de talentos, Ronaldinho - ironizado pela torcida do Vasco com música referente à polêmica de vídeo divulgado na internet no qual estaria se masturbando - ficava isolado pelo lado esquerdo e pouco se mexia. A melhor opção era pela direita, com um Léo Moura mais ofensivo. E dos seus pés começou troca de passes com Fierro e Negueba até parar em Thiago Neves, que mandou de canhota rente à trave. Foi a melhor jogada da equipe no primeiro tempo.
Gol vascaíno
Daí em diante, o Flamengo se empolgou e começou a deixar espaços, principalmente no seu lado direito defensivo. Foi por ali  que o Vasco fez a jogada que gerou muitas reclamações, e justas. Diego Souza arrancou pela meia-esquerda e foi puxado pela camisa por Wlillians até o interior da grande área. Pênalti claro que o árbitro Péricles Bassols não marcou.
O camisa 10 cruz-maltino começava a aparecer na partida. A forte marcação no meio-campo fez o Vasco retomar o domínio. O time se mexia mais. Jumar já continha a jogada de Fierro e Léo Moura. Fellipe Bastos e Romulo davam velocidade à meia-cancha, e até Nilton resolveu dar uma bela arrancada pelo lado direito. Passou como quis por Fierro e centrou para Diego Souza, livre de marcação, testar firme, sem defesa para Felipe: 1 a 0 Vasco, aos 29 minutos, com direito à comemoração do trem-bala.
A torcida vascaína se empolgou no Engenhão. Faltava o gol do Palmeiras sobre o Corinthians no Pacaembu para a festa ficar completa. O Flamengo sentia o golpe. Ronaldinho já buscava jogo pela direita, mas sem a menor inspiração. Thiago Neves acabou prejudicado após uma dividida com Dedé e custou a retomar o ritmo da partida. Confuso, Negueba saía muito da área, o que facilitava a marcação vascaína.
A tensão era visível dos dois lados. Willians e Felipe Bastos se estranharam após uma dividida.  O meia Felipe reclamava da arbitragem e estimulava os companheiros. Alecsandro levou perigo mais duas vezes ao gol rubro-negro. Na segunda, obrigou Felipe a mandar para escanteio um tiro perigoso pela direita. E o primeiro tempo acabava com incontestável superiodade vascaína.
Fla muda e empata
Vanderlei reconheceu o erro na escalação inicial e mudou os planos. Saíram Negueba e Fierro, entraram Deivid e Muralha. Com a derrota parcial, o Flamengo corria risco de ficar fora da Libertadores. O segundo tempo começou com emoção para os dois lados. Primeiro foi o Vasco, com Felipe rolando mais uma vez para Fágner quase ampliar. O goleiro Felipe fez boa defesa.
Do lado rubro-negro, o despertar de Ronaldinho Gaúcho deu início à reação: primeiro, o camisa 10 serviu no meio para Muralha bater com perigo, à direita de Prass. Depois, R10 lançou na esquerda para Deivid limpar a jogada e tocar para Renato Abreu, que se livrou da marcação e colocou de canhota, no fundo das redes, empatando a partida aos 10 minutos.
Mais bem armado, com Muralha saindo mais para o jogo e Alex Silva bem na defesa, o Flamengo cresceu, e aos 21 minutos o time reclamou de pênalti de Dedé em Ronaldinho Gaúcho, em lance que o árbitro, acertadamente, mandou seguir.
Cristóvão mexeu no Vasco. Tirou Felipe e Fellipe Bastos, dois dos maiores destaques do time, e pôs Bernardo e Eduardo Costa. Logo em seguida, Junior César arrancou pela direita - isso mesmo, pela direita - até levar entrada por trás de Jumar, que já tinha cartão amarelo. O árbitro Péricles Bassols não hesitou em dar o vermelho.
Emoção até o fim
Mesmo com 10 em campo, o Vasco precisava arriscar. Para armar o time, sobrou Dedé. Foi dele o passe açucarado para Bernardo desferir uma bomba bem defendida por Felipe, um dos mellhores em campo. Pouco depois, Junior César sentiu e teve de sair. Vanderlei chegou a ensaiar pôr Thomás e deslocar Renato Abreu para a lateral, mas o camisa 11 sinalizou que não tinha condições físicas. Entrou Rodrigo Alvim.
O sufoco vascaíno continuava. O gigante Dedé empurrava o time. Mas o Flamengo também ameaçava. Léo Moura, em alta velocidade, puxou contra-ataque e lançou Ronaldinho, que obrigou Fernando Prass a uma das defesas mais bonitas da rodada.
Cristóvão trocou Diego Souza por Elton. Renato Abreu simulou falta, foi expulso e por pouco não agrediu Péricles Bassols na mesma hora em que ocorria confusão também em Corinthians x Palmeiras. O Vasco pressionou, mas não conseguiu a vitória. No fim, Felipe, o vascaíno, reclamou com Bassols e foi expulso. Não se conformou com o resultado, que a sua torcida aplaudiu. Agora, há a expectativa de mais um grande duelo de gigantes. Além do Carioca, os dois poderão se encontrar na Libertadores. Haja coração...

28 de nov. de 2011

RONALDINHO DESENCANTA, FLA BATE O INTER E VOLTA À ZONA DA LIBERTADORES

Rubro-Negro vence o Colorado por 1 a 0, volta ao G-5 e fica mais perto da vaga. Gaúchos precisam vencer o Gre-Nal e secar concorrentes
Uma escalação surpreendente, um craque sortudo e um goleiro que mais parecia uma parede. Num domingo de reencontro com a vitória após três jogos, o Flamengo superou o Inter, rival direto na disputa por uma vaga na Libertadores da América, voltou ao G-5 e só depende dele para ir à competição continental na próxima temporada.

No estádio Cláudio Moacyr, em Macaé, no Norte Fluminense, o Rubro-Negro foi engolido no primeiro tempo, mas mesmo assim conseguiu sair na frente. Ronaldinho voltou a marcar depois de pouco mais de dois meses. Depois, o time fechou a porta, jogou a chave fora e conseguiu manter um resultado precioso.

O placar de 1 a 0, magrinho, tem importância gigantesca. Com 60 pontos, a equipe sobe da sexta para a quarta posição e só precisa de um ponto no clássico contra o Vasco para ficar com a vaga, na última rodada.
Ronaldinho Gaúcho comemora gol do Flamengo contra o Internacional (Foto: André Portugal / Vipcomm)Ronaldinho Gaúcho comemora gol do Flamengo contra o Internacional (Foto: André Portugal / Vipcomm)
O Colorado, que se via em situação até certo ponto tranquila, não depende mais do próprio esforço. Com 57, está em sexto, vai precisar vencer o Grêmio e torcer por uma derrota do próprio Flamengo ou para que o Coritiba não vença o Atlético-PR, na Arena da Baixada. Faltou sorte ao time vermelho. Faltou cuidado ao zagueiro Rodrigo Moledo, que falhou no lance que decidiu o confronto, aos 46 do primeiro tempo.  
Domingo que vem, o Flamengo enfrenta o Vasco. A partida será no Engenhão. O Inter recebe o Grêmio no Beira-Rio. Todas as partidas da última rodada do Brasileirão serão às 17h (de Brasília).
Mãozinha para R10
É caprichoso esse tal de futebol. E também é cruel. O Inter que o diga. Foram 45 minutos de domínio, de mais organização, de absoluto controle tático. De algumas boas chances de abrir o placar. O gol poderia ter saído com Leandro Damião, em cabeçada forte que Felipe espalmou. Com D’Alessandro, o melhor em campo, em chute colocado que buscava o ângulo. Ou com Gilberto, numa conclusão de dentro da área. Poderia, poderia, poderia...
O Flamengo correu sério risco de ir para o intervalo sob vaias. Cheio de mudanças, o Rubro-Negro jogou na base da vontade. Esforço que não escondeu as deficiências da equipe. Vanderlei Luxemburgo surpreendeu na escalação. Welinton voltou a ser titular, Rodrigo Alvim, que poucas vezes foi relacionado no ano, substituiu o suspenso Junior Cesar - e foi muito vaiado. No meio, Fierro ganhou uma chance. No ataque, Deivid sobrou. O camisa 9, artilheiro do time na competição com 15 gols, foi para o banco. Thomás entrou e fez dupla com Ronaldinho.

Como referência na linha de frente, R10 vagou em campo, quase não tocou na bola. Uma cobrança de falta que explodiu no peito do goleiro Muriel, algumas tentativas frustradas de dribles e arrancadas, um carrinho violento em Nei. Foi o pouco que ele fez. Mas quando fizeram por ele, soube aproveitar. Aos 46 minutos, Thiago Neves fez o passe da esquerda para a entrada da área, o zagueiro Rodrigo Moledo cortou errado e entregou a bola para o camisa 10. Com calma e categoria, o Gaúcho bateu na saída de Muriel. Gol com jeitão de soco no estômago dos colorados: 1 a 0.

Se gol tivesse nome, este poderia ser chamado de alívio. Ronaldinho, que vive os dias mais conturbados desde a chegada ao Flamengo, não marcava havia dois meses, desde 21 de setembro. Na comemoração, ele encarou os reservas do Inter, saltou, abraçou e foi abraçado, reverenciou a torcida, beijou o escudo do clube e sambou. Oitavo gol dele em 14 partidas contra o Colorado.
Um torcedor do Flamengo atirou uma garrafa plástica na direção do trio de arbitragem logo depois do encerramento da primeira etapa. Evandro Rogério Roman recolheu o objeto e deve relatar na súmula.

Fla vai na raça, e Felipe segura o Inter
O Inter voltou para o segundo tempo com a certeza de que havia sido bem melhor na etapa inicial, mas com prejuízo no placar. Esbarrou num adversário fortalecido e nos próprios erros. D’Alessandro já não jogava tão bem, Oscar andava sumido, Nei não apoiava tanto, e Damião pouco recebia bolas na área. Pior: o Flamengo quase ampliou com um voleio de R10 – Kléber salvou sobre a linha – e numa cabeçada de Welinton que passou rente à trave. A primeira chegada com perigo do Colorado foi aos 14. D’Alessandro recebeu passe de Oscar na entrada da área, bateu colocado, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.
Dorival Júnior não esperou muito e lançou Andrezinho no lugar do atacante Gilberto. O toque de bola colorado melhorou, e a equipe passou a fazer pressão. Muita pressão. Ali começava a aparecer outra figura do jogo: Felipe. Numa sequência de ataques da equipe vermelha, o camisa 1 virou um muro. Foi bem nas saídas de gol, não deu rebotes e fez até milagre. Quando Damião recebeu passe na área, Alex Silva até tentou acompanhá-lo, mas o artilheiro girou rápido e bateu forte. Felipe pegou de forma incrível. Na sequência do lance, o atacante dividiu com Fierro e caiu na área. O árbitro nada marcou, mas os gaúchos pediram pênalti. D’Ale também tentou em chute de longe, mas em sucesso.

Luxa lançou Negueba na vaga de Thomás, mas a postura rubro-negra pouco mudou. O time esperava o Inter, se defendia a todo custo e buscava jogar nos contra-ataques. Os gaúchos se lançavam cada vez mais, só que batiam e voltavam. Dorival Júnior foi expulso por reclamação. O tempo foi passando, passando, até que o cenário se tornou irreversível.

Foi um domingo especial para os rubro-negros. Dia de dar um tempo na crise, de crescer na hora certa para não deixar o projeto afundar. Foi um domingo chato para os colorados. Dia em que nada deu certo, de frustração. Domingo que vem tem mais.

6 de nov. de 2011

ENDIABRADO: FLA GOLEIA, VOLTA AO G-5 E DEIXA O CRUZEIRO EM APUROS

Em dia inspirado de Deivid, Thiago Neves e Muralha, Rubro-Negro faz 5 a 1 e se mantém na briga pelo título. Raposa entra na zona de rebaixamento
Um Engenhão vermelho, preto e feliz. Feliz e confiante. O Flamengo teve uma tarde de domingo como há muito não se via. De bom futebol, de gols de sobra, de talento. Um domingo de Thiago Neves, autor de três gols, de Deivid, que fez dois, de Muralha, que, pouco a pouco, se consolida como uma grata revelação do Rubro-Negro. Um domingo de goleada empolgante, de volta ao G-5 e de sonho ainda muito vivo pelo título Brasileiro. Soberano, o time de Vanderlei Luxemburgo goleou o Cruzeiro por 5 a 1, de virada, pela 33ª rodada. O gol de Anselmo Ramon, no primeiro tempo, acabou sendo apenas um susto. Com o resultado, o time chega a 55 pontos, assume a quinta posição e aguarda o encerramento da rodada. Durante quase todo o segundo tempo, a torcida, 34.496 eufóricos pagantes, festejou aos gritos de “o campeão voltou”.
Do lado celeste, drama. Daqueles que fazem doer lá no fundo da alma. O esforço dos jogadores foi inútil. Mesmo quando esteve em vantagem não conseguiu ser melhor. Faltou sorte no gol de empate do Fla, quando a bola explodiu no travessão, tocou no goleiro Fábio e entrou. Faltou competência ao zagueiro Victorino, que perdeu um pênalti quando o placar apontava 1 a 0 para a Raposa. Faltou Montillo, a única andorinha que faz verão de um time desencontrado. O argentino sentiu a coxa esquerda logo no início do segundo tempo. Com 34 pontos, o Cruzeiro está na zona de rebaixamento, em 17º lugar.
Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Coritiba no domingo, no Couto Pereira, em Curitiba, às 17h. Às 19h, o Cruzeiro recebe o Inter na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Travessão ‘defende’ e ‘ataca’ pelo Fla
No vestiário do Flamengo, pouco antes de o jogo começar, caiu no colo do goleiro Paulo Victor uma bomba em forma de oportunidade. Na revisão feita pelo médico José Luiz Runco, Felipe, titular da posição, informou que fizera uso de um analgésico proibido sem consultar o clube. Vanderlei Luxemburgo teve de vetá-lo, já que havia o risco de ser pego no exame antidoping, caso fosse sorteado. O treinador mostrou-se profundamente irritado e chamou o camisa 1 de irresponsável.
O Rubro-Negro e o Cruzeiro entraram em campo pressionados para uma decisão. Os cariocas de olho no G-5 e no título, e os mineiros em apuros na cercanias da zona de rebaixamento. Foi um Flamengo empolgado, empurrado pela torcida, mas com dificuldades na articulação de jogadas. A saída de bola com Maldonado e Airton ficou comprometida, lenta, já que Thomás, Thiago Neves, Ronaldinho e Deivid estavam muito avançados. O jeito foi chutar. Uma, duas, três, muitas vezes. Thiago Neves tentou quatro arremates de fora da área antes dos 15 minutos. Thomás também arriscou. Diego Renan fez o mesmo pelo Cruzeiro.
Ronaldinho Flamengo x Cruzeiro (Foto: André Portugal / VIPCOMM)Ronaldinho tenta se livrar da marcação durante o primeiro tempo (Foto: André Portugal / VIPCOMM)
O torcedor do Flamengo não esqueceu o que Montillo fez na Libertadores do ano passado, ainda pelo Universidad de Chile. O argentino foi vaiado desde o primeiro minuto, marcado, mas não se intimidou. Como sempre, conduziu a equipe celeste com arrancadas e bons passes. Na bola parada, criou o gol da Raposa, aos 22. Em cobrança de escanteio, achou Farías, que escorou para Anselmo Ramon completar. Sem marcação, o atacante completou de pé direito: 1 a 0. O segundo não saiu quatro minutos depois por pouco. Farías acertou o travessão, e Paulo Victor ficou com o rebote.
Em desvantagem, o Flamengo mostrou-se perdido por alguns minutos. Montillo aproveitou. Aos 28, em nova arrancada, o camisa 10 invadiu a área e foi derrubado por Alex Silva, de forma grotesca. O árbitro marcou pênalti. Depois de perder quatro cobranças na temporada, o gringo deu um tempo e deixou de ser o batedor oficial. O zagueiro uruguaio Victorino assumiu a responsabilidade e falhou. No chute forte, parou no travessão de PV.
Inflamada, a torcida rubro-negra fez a equipe de Luxa correr mais, se doar muito mais. O travessão que ajudou a defender, também ajudou a atacar. Em bonito chute de Deivid de fora da área, a bola explodiu na barra, bateu no goleiro Fábio e entrou mansa, aos 35. Décimo quarto gol do camisa 9 no Brasileirão, o melhor do Flamengo na primeira etapa: 1 a 1. O empate deu gás, e o time criou uma sequência de boas chances. Na melhor delas, Thiago Neves, mais uma vez, buscou o ângulo em chute de fora da área, mas Fábio fez grande defesa. Faltou tempo para a virada.
Endiabrado, Fla aniquila o Cruzeiro
Havia dois times em campo, mas só um jogou. Foram 12 minutos endiabrados do Flamengo no início do segundo tempo. Irretocáveis. Se algum rubro-negro demorou um pouco mais no banheiro no intervalo, perdeu o segundo gol. Aos três minutos, Ronaldinho cobrou escanteio na segunda trave, e Deivid completou de cabeça: 2 a 1. Desta vez, a torcida que tanto critica o camisa 9, aplaudiu. Ele mereceu. Deivid correu demais, armou, brigou pela bola e fez o que se espera dele. Com 15 gols, é o artilheiro do time no Brasileirão.
Thiago Neves Flamengo x Cruzeiro (Foto: André Portugal / VIPCOMM)Thiago Neves comemora um dos gols do Flamengo  (Foto: André Portugal / VIPCOMM)
O Cruzeiro sentiu o golpe. E doeu. Doeu também a coxa esquerda da Montillo, substituído aos seis minutos. Roger entrou e viu Muralha, que substituíra Maldonado no intervalo, e Thiago Neves brilharem. Com duas assistências do volante, o camisa 7 fez o terceiro e o quarto: 4 a 1 com direito a gritos de “olé” e de “o campeão voltou”. Enquanto R10 e Thiago dançavam na bandeirinha de escanteio, Thomás e Muralha, a nova geração rubro-negra, festejavam abraçados e aos pulos do outro lado do gramado. E antes do segundo gol de Thiago, Ronaldinho quis fazer graça e perdeu a chance de fazer o dele: livre na grande área, olhou para o lado na hora de finalizar e mandou para fora.
Vagner Mancini fez as duas alterações que lhe restavam para tentar diminuir o tamanho do estrago. Tirou Charles e colocou Elber. No lugar de Farías, lançou Wellington Paulista. Em vão. O Rubro-Negro continuava soberano, agressivo, com gana. Aos 24, Thiago Neves abusou da categoria. Em bola recuada, Fábio chutou em cima do camisa 7. Com calma e talento, Thiago encobriu o goleiro com um toque lindo. Golaço e Engenhão aos pulos: 5 a 1.
Completamente entregue, o Cruzeiro não teve qualquer chance de reação. Para completar, Anselmo Ramon ainda foi expulso de campo, após acertar o pé na cabeça de Fierro. Com um a menos, o jeito foi esperar, ao som dos gritos de olé, a agonia passar e tentar entender como um time que encantou na maior parte do primeiro semestre vive uma fase tão ruim.

2 de nov. de 2011

Willians busca ajuda com psicólogo e revela: 'Queria parar de jogar, ia parar'

Volante do Fla pede desculpas para time, técnico e diretoria, e diz que trabalho e disciplina são únicas formas de reconquistar a confiança e apagar erros

Ao jogar videogame, Willians escala Willians. No Flamengo, depois de uma sequência de atos de indisciplina, o volante vive seu momento mais problemático desde a chegada, em 2009. A falta sem justificativa ao treino do último sábado, véspera do importante jogo contra o Grêmio, provocou o corte da partida e o afastamento do elenco por tempo indeterminado. Do mundo virtual para o real, sai a máquina e entra o ser humano, com seus defeitos e a certeza de que a vida de jogador de futebol não pode ser controlada como num jogo de Nintendo. Willians esteve perto do "game over", como revela nesta entrevista exclusiva.
- Queria parar de jogar, eu ia parar.
O jogador repensou a decisão. A partir de agora, terá o acompanhamento de um psicólogo para evitar recaídas.
Entrevista com Willians do Flamengo (Foto: Janir Junior)Willians joga video game. Na tela, futebol virtual, com 'Willians' em campo (Foto: Janir Junior)
Além de desentendimentos com a mulher, Mariana, prestes a dar à luz Beatriz, Willians diz ter outros problemas particulares. Ele prefere não detalhar o assunto, mas admite que lhe faltou suporte no processo de ascensão profissional e social.
Em 2009, ao acompanhar de perto a trajetória de Adriano, o volante viu gols e problemas, recaídas e superações.
Willians reconhece o erro, pede desculpa aos companheiros, ao técnico Vanderlei Luxemburgo, à torcida e promete:
- Vou ser um novo Willians.
O que você pode falar sobre todo episódio, do sumiço, a falta ao treino de sábado sem dar justificativas, o afastamento?
Sei que errei por não ter ido ao treino. Errei com meus companheiros, com a torcida, com o professor Vanderlei, com a diretoria, todos que contavam comigo. Não estava num momento muito agradável. Passava por problemas particulares há um tempo, mas sempre guardei para mim, sabia que uma hora ia estourar. Queria ficar sozinho, não tinha mais cabeça para jogar, nem para ir trabalhar. Fiquei isolado, sem ninguém para me incomodar. Lógico que sei que tinha que dar uma justificativa, mas não tinha cabeça para fazer isso. Não estava legal. Aconteceu, refleti muito no sábado, domingo, conversei com minha esposa, amigos e familiares. Pude refletir bastante. Estou muito arrependido. Deixei companheiros, o Flamengo e a nação numa situação difícil. Estava de cabeça quente. Quando fica assim, a pessoa não pensa em nada. Acabei explodindo. Queria parar de jogar, eu ia parar. Com o apoio de todos, do próprio Isaías Tinoco, que conheço há muito tempo, vou fazer o máximo para voltar a jogar e ajudar a equipe.
Entrevista com Willians do Flamengo (Foto: Janir Junior)Willians faz sinal de positivo na varanda do apartamento onde vive (Foto: Janir Junior)
Você repensou o fato de parar de jogar, sabe que errou, pede desculpas... Mas o que esperar do Willians a partir de agora?
Admito que toda ajuda é válida. É sempre bom tem um ser humano ao seu lado para dar apoio nos momentos bons ou ruins. Vivi uma fase boa e passei por uma situação que não era apropriada. Tenho um amigo que é psicólogo. Ele vai me ajudar, já que tenho dificuldades de abrir meus sentimentos para quem não conheço. Eu precisava disso. Farei de tudo para voltar a jogar. Vou buscar ser um novo Willians. Tenho que pensar na minha família, na minha esposa, meus filhos.
Como seria um novo Willians?
Quero conquistar muita coisa, tenho 25 anos, sou novo, tenho que tirar isso como aprendizado. Quero ser ídolo, quem sabe um dia jogar no exterior, ser reconhecido, ser lembrado. Isso é o que quero. Uma criança que sonha ser como a gente, como eu fui um dia, nunca pode largar esse sonho.
Saindo do interior de São Paulo, com origem humilde, você passou pelo Santo André e chega num clube como o Flamengo. O mundo do futebol mexeu com sua cabeça?
Para você fazer o que você pensa, analisar o que está acontecendo, tem que ter uma estrutura. Eu não tive. Era muita coisa na cabeça, a questão de dinheiro... Não soube conduzir o que tinha que fazer ou não. Tive meu momento de fraqueza"
Willians
Acho que sim. Para você fazer o que você pensa, analisar o que está acontecendo, tem que ter uma estrutura. Eu não tive. Era muita coisa na cabeça, a questão de dinheiro... Não soube conduzir o que tinha que fazer ou não. Tive meu momento de fraqueza. Mas todos merecem uma chance para dar a volta por cima. Isso que quero fazer. Fazer meu trabalho bem, pois não cheguei aqui roubando ninguém.
Para permanecer no Flamengo, mais do que nunca terá que provar que tem compromisso com o clube, não poderá cometer mais erros...
Quero ficar no clube, tenho essa vontade grande. Foi o clube que abriu as portas para mim, onde conquistei título, que me fez sentir bem, fiz muitos amigos. Acho que vou voltar com tudo, como sempre foi.
Quando se quebra a confiança é difícil reconquistar. Como fazer para conseguir isso?
O trabalho e a disciplina são as melhores respostas. Vou mostrar que estou querendo.
Concorda que é preciso ter a cabeça no lugar, que os problemas e excessos fora de campo refletem diretamente dentro das quatro linhas?
Sendo pessoa pública, o jogador, muita coisa ao redor. Tenho que esquecer e mostrar que todo ser humano erra. Fazer de tudo para acertar.
Entrevista com Willians do Flamengo (Foto: Janir Junior)Na parede, as conquistas como jogador de futebol profissional (Foto: Janir Junior)
Por um problema particular, você quase coloca tudo a perder. Tem noção que toda a caminhada desde a infância passou perto de ser jogada fora?
No momento em que eu estava, não pensei em tudo que passei, no meu começo de carreira, das dificuldades. As pessoas ao lado abriram meu olho, que eu não tinha que largar. Agora, tenho que seguir em frente para chegar no clube e pedir desculpa a todos. Dentro do clube vou mostrar o que é ou não é.
Futebol tem momentos de conto de fadas com capítulos de terror ou suspense?
Futebol não é só um conto de fadas, muito pelo contrário. Dentro ou fora de campo todos têm problemas. Passei por esse problema. Não sou um robô, máquina, tenho sentimentos. Você está ali, mas ninguém sabe o que passa dentro de ti. Ninguém sabia o que se passava comigo, eu não me abria, acabei estourando.
Se hoje você encontrar seus companheiros, que ficaram preocupados, com Vanderlei, que achou falta de compromisso, com a torcida, que sabia da importância do jogo... O que falaria?
Pude ver a força de vontade que ele (Adriano) teve para mostrar que era o Imperador. Achei até emocionante, ele é como um irmão. Tive essa recaída e vou tirar de lição. O Pitbull vai voltar."
Willians
Não estava num momento bom para jogar. Sei que errei. Uma desculpa não seria tudo. Quero fazer as pessoas olharem que sou ser humano, se conversasse alguns entenderiam.
Tem um prazo para tentar voltar ao grupo?
Primeiramente, tenho que voltar ao trabalho. Separado ou não do grupo, vou voltar a trabalhar, passar confiança para voltar a jogar. Sei que tenho essa capacidade.
Há poucos dias, você nem queria ver bola, e agora já está com saudade?
Quero voltar a atuar, quero treinar com bola, para mostrar que eu vou voltar.
No videogame (o jogador é fanático pelo futebol virtual), você escalaria o Willians?
Escalaria, sim. Afinal, sou eu (risos). Estou jogando ainda mais videogame para relembrar. Me ver é sempre bom.
Mas no videogame não tem como treinar separado...
Não dá mesmo. Ou tá dentro ou tá no banco, na casinha.
Entrevista com Willians do Flamengo (Foto: Janir Junior)Em quadro, Willians em dois momentos pelo Flamengo (Foto: Janir Junior)
Em 2009, Adriano viveu situação semelhante. Largou a Internazionale de Milão, disse que abandonaria a carreira, cometeu excessos fora de campo, mas, mesmo com todos os problemas, conseguiu voltar e ser campeão brasileiro...
Pude ver a força de vontade que ele teve para mostrar que era o Imperador. Achei até emocionante, ele é como um irmão. Tive essa recaída e vou tirar de lição. O Pitbull vai voltar.